Marc Ferrez nasceu no Rio de Janeiro, em 1843. Filho de pais
franceses ficou órfão na prematura idade de sete anos e tornar-se-ia, anos mais
tarde, um dos maiores fotógrafos de seu tempo.
Vai estudar na França, enviado pelos irmãos mais velhos, e
retorna ao Brasil em 1858, quando entra para trabalhar em uma empresa que fazia
impressões em litografia. É aí que toma suas primeiras lições sobre a técnica
da fotografia com o alemão Franz Keller. Alguns anos adiante, aos 21, abre um
ateliê especializado em registrar imagens de costumes, fazendas e paisagens. É
como retratistas de paisagens naturais e urbanas que Ferrez atinge a excelência.
Realiza também fotografias de portos, navios mercantes, navios de guerra,
prática que lhe faria merecer os títulos de fotógrafo da Marinha Imperial, e Cavaleiro
da Ordem da Rosa, concedidos pelo imperador Pedro II. Mas um incêndio, em 1873,
queima o prédio em que vivia com sua esposa, chamada Maria Lefebvre. No
acidente, Ferrez perde também sua oficina e todas as suas chapas de negativos.
Marc Ferrez em 1876 |
Com a ajuda de um amigo, decide voltar para a França e lá
permanece até 1875, quando retorna ao Brasil convidado a integrar a Comissão
Geológica do Império, a maior e mais importante expedição de sua espécie jamais
empreendida no país. A comissão percorre diversas regiões do império e Ferrez é
o primeiro fotógrafo a conseguir imagens dos índios Botocudos, realizadas no
meio da floresta, em um ponto próximo à colônia de Leopoldina (atual município
Colônia Leopoldina, em Alagoas).
Interessam-lhe também as novidades e os inventos
fotográficos. Em 1881 vence o prêmio da Exposição da Indústria Nacional com o Aparelho
de Vistas Panorâmicas, dispositivo inventado por M. Brandon, mas aperfeiçoado
por Ferrez. Em 1907, abre em sociedade a sala de cinema Pathè, na Avenida
Central (hoje chamada Avenida Rio Branco), no Rio de Janeiro. No ano seguinte,
inicia pioneira incursão pela realização de filmes, atua como produtor de Nhô Anastácio chegou de viagem e A Mala Sinistra, e de documentários
sobre a construção de estradas de ferro. Faria ainda registros coloridos pelo processo
das chapas de autocromo, processo desenvolvido pelos irmãos Lumière.
Marc Ferrez parou de fotografar em 1914, após a morte de sua
esposa. Em meio século de fotografia, produziu vasta documentação sobre o
Brasil do século XIX. Seu talento para captar a atividade humana, em cenários naturais
ou urbanos; exímio emprego da técnica; e inventividade na composição das
imagens, foram reconhecidos em diversas exposições internacionais, as mais importantes
de sua época: Viena (1873), Filadélfia (1876), Paris (1878 e 1889), Buenos
Aires (1882), Amsterdã (1883), Saint Louis (1904). Seu acervo, de
aproximadamente cinco mil fotografias, está hoje sob os cuidados do Instituto
Moreira Salles (IMS) e parte dessa grande coleção pode ser apreciada
virtualmente, no site do IMS.
A.N.F
Fontes:
Almanaque Abril
Enciclopédia Encarta
Instituto Moreira Salles
Wikipédia
O olhar de Marc Ferrez:
Amolador (1889) |
Vendedora de mercado (1875) |
Avenida Central, Rio de Janeiro (1910) |
Jardim Botânico, Rio de Janeiro (1880) |
Araucárias, Paraná (1884) |
Vapor no Porto do Rio de Janeiro (1895) |
Índio botocudo no sul da Bahia (1885) |
Muito bom! A pesquisa ficou de primeira! Mande noticias!
ResponderExcluirmuito bom, adoro ver imagens antigas, ótima pesquisa!
ResponderExcluir"Muito bom"! Excelente texto!
ResponderExcluirFranco, seus textos são redigidos com primor! Daqui a pouco, nosso Blog terá de se transformar num livro! rs Abraço.
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