domingo, 23 de outubro de 2011

O que é um filme fotográfico?

As atuais máquinas fotográficas fazem uso do conhecido sistema de captura de imagem chamado de CCD. São placas especiais cheias de pontos sensíveis à luz, os pixels, reproduzindo a imagem de forma fiel e precisa. Quantos mais pontos mais definida é a imagem. Mas antes da invenção desse recurso eram utilizados os filmes fotográficos para registrar as imagens.

O filme fotográfico é uma fita plástica, normalmente de acetado, recoberta por uma base gelatinosa sustentando uma emulsão de sais de prata (haletos) sensíveis à luz, onde são registradas as imagens desejadas. Ao contrario das atuais maquinas digitais, era necessário um pouco mais de paciência para saber se as fotografias haviam ficado boas, já que não era possível visualizar as imagens logo após terem sido feitas, pois precisávamos revelar os negativos para saber se tudo tinha funcionado e depois fazer copiões, ou provas de contato, para poder selecionar as melhores, e dai então mandar fazer ampliações! Sem contar o espaça necessário para armazenar e guardar os negativos, que exigiam cuidados específicos e atenção pra sua preservação.

Cada filme possui um comportamento à luz, proporcionando uma reação a ela alterando a velocidade de captação da imagem. Essa característica é chamada de sensibilidade, ou ISO (International Organization for Standardization), ou ASA (American Standards Association, americano) ou DIN (Deutsches Institut für Normung, alemão), ou como era chamada na antiga União Soviética, GOST. Então negativos com ISO menores são mais lentos para a captação da imagem ou mais resistentes a luz, possuindo uma quantidade maior de grãos por emulsão, e ISO maior são filmes mais rápidos, ou mais sensíveis à luz, possuindo uma quantidade de grãos menores.

O sistema ISO de classificação segue um padrão aritmético: por exemplo, um filme de ISO 400 é duas vezes mais "rápido" do que um de ISO 200, exigindo metade da exposição. Por outro lado, tem metade da velocidade de um filme de ISO 800, necessitando do dobro da exposição deste. No entanto, quanto maior o número ISO, maior a sensibilidade, e maiores são os grãos, haletos de prata, resultando numa imagem com pouca resolução.

Os ISOs mais comuns são: 32, 50, 64, 100, 125, 160, 200, 400, 800, 1600 e 3200.

Filmes de baixa sensibilidade: ISO 32 a ISO 64. São ideais para o trabalho com muita luz proporcionando imagens bem definidas e com bom contraste permitindo grandes ampliações.
Filmes de média sensibilidade: ISO 100 a 400 são os mais populares para os objetivos gerais. São filmes de granulação fina e ainda permitem trabalhos em condições de luz um pouco mais variadas. Indicados para dias ensolarados (ISO 100) ou nublados (ISO 200) e flashes de baixa potência (embutido na câmera).

Filmes de alta sensibilidade: ISO 800 a ISO 3200. Os filmes desta categoria apresentam um aspecto nitidamente granulado quando são ampliados. São ideais para trabalhos com pouca luz, como ambientes externos à noite, museus, teatros e casas de espetáculos em geral sem necessidade de uso de flash ou quando se necessita de alta velocidade para "congelar" o movimento.

Os filmes fotográficos podem ser coloridos ou em preto e branco. O preto e branco são monocromáticos, sendo sensibilizados por todos os comprimentos de onda de luz visível. Os filmes coloridos possuem várias camadas de haletos sensíveis, sendo cada camada sensível a um comprimento de onda específico, vermelho que formam pigmentos ciano, verdes que formam um pigmento magenta e azul que forma um pigmento amarelo, reproduzindo então as cores do objeto.

As imagens formadas nos filmes fotográficos são contrarias as imagens fotografadas, pois os haletos que são atingidas pela luz é que são sensibilizadas, escurecendo no caso dos preto e branco, ou alcançando cores complementares, no caso das coloridas, dai serem chamados de negativos.

Existem também os filmes do tipo Cromo ou Slide, que reproduzem a imagem tal como ela é, na realidade um positivo da imagem e não um negativo, são utilizados para ser fazer imagens transparentes para serem usadas em projetores.

Formatos

São variados os formatos de filme existentes no mercado. Cada formato tem a sua aplicação específica sendo necessária uma câmera apropriada para cada formato de filme. Existem diversos formatos de filme pelo motivo de que se alterarmos o tamanho do filme alteramos também a qualidade da imagem final (quanto maior o suporte original) maior definição terá a fotografia ou o vídeo final, permitindo assim maior plasticidade a artistas, maior versatilidade a amadores e maior exatidão para aplicações técnicas.

Atualmente, no meio fotográfico, designa-se por "pequeno formato" todos os tamanhos de filmes inferiores ao de 120, como "médio formato" os tamanhos de 120 e 127 e como "grande formato" todos os tamanhos iguais ou superiores a 4x5 polegadas, estes, normalmente dispostos em chapas.

Os formatos de filmes mais comuns em fotografia são:

Pequeno formato

O 16 mm – Formato usado quase em exclusivo nas câmeras Minox (câmeras de pequenas dimensões, conhecidas como câmeras de espião). Neste formato o filme vem contido num chassis blindado com duas bobines no interior. Numa destas bobinas está o pedaço de filme por expor, avançando o mesmo para a bobina seguinte após ser exposto à luz. Este formato por ser tão pequeno, ainda hoje é usado como filme cinematográfico.

O 110 e 126 - Para as câmaras simples de uso amador. Nos tamanhos 110 (retangular) e 126 (quadrado), são fáceis de colocar e retirar.
Maquina MINOX com seu filme em 110 dentro de uma caixinha vedada.

Teve sua época áurea nos anos 70, sendo responsável pela popularização da fotografia, mas hoje se encontra em decadência, decorrente da fragilidade das suas câmeras e pelos resultados inferiores que apresentam, não permitindo grandes ampliações.

Vista explodida de um filme 126 em sua caixa blindada.

Médio formato

O 120 e 220 - Formato em que o filme é enrolado num único pino de plástico juntamente com um papel de proteção a todo o seu comprimento. Destina-se a fazer fotogramas de 60x45mm, 60x60mm, 60x70mm e 60x90mm normalmente podendo variar consoante o modelo de câmera usado. O filme de 120 permite fazer 12 fotogramas de 60x60mm, o formato de 220 tem o dobro de filme, permitindo ao fotógrafo fazer 24 exposições de 60x60mm. Foi amplamente utilizado por profissionais em fotos de estúdio, propaganda e eventos sociais.

Rolos de filme em formato 120 e sua bobina plastica.
O 124 e 127 - Ao longo da história da fotografia existiram diversos formatos desenvolvidos por alguns fabricantes, os quais foram abandonados por estes não se terem tornado norma padrão, são exemplo disso o formato de 124 e o de 127 perfurado, os quais eram semelhantes aos formatos 120 e 220 variando apenas a sua altura (o 124 com 43 mm de altura e o 127 com 73 mm de altura e com perfuração apenas num dos lados da película).
Rolos de filme 127. Estrutura identica aos filmes de formato 120.

O 135 (conhecido como 35 mm) - É o formato mais usado por profissionais e amadores, no qual o filme vem enrolado dentro de uma bobina metálica ou plástica que o protege da luz. Este filme tem perfurações laterais as quais se destinam, em algumas câmeras, a facilitar o avançar e rebobinar do filme. O filme tem o nome de 35 mm pois esta é a medida de largura do filme.
Rolo de filme em 35 mm, ou 135 mm. Bastante conhecido e com certeza o formato mais popular.

Originalmente destinava-se ao cinema, tendo sido adaptado ao uso fotográfico por volta de 1920. Normalmente produzem-se neste formato fotogramas de 24x36mm, podendo em algumas câmeras produzir formatos de 24x72mm, dando origem a fotografias panorâmicas. É o formato com mais opções de sensibilidade ISO e é a categoria de filme que mais recebe inovações tecnológicas pelos fabricantes. Sendo o mais utilizado, seja por amadores ou profissionais, devido à sua versatilidade e disponibilidade tanto para fotos coloridas em papel ou slides, e em preto-e-branco.

Grande formato

Os normalmente usados em estúdio, existindo em diversos tamanhos (4x5 pol., 8x10 pol., 11x24 pol.). Tem a sua aplicação em trabalhos onde é necessária a máxima qualidade, ou em que não é possível proceder-se a ampliação do negativo, por esta propiciar a diminuição da qualidade final da fotografia. Produzem fotografias de alta resolução e extremamente precisas. Normalmente demandam cuidados especiais na conservação e manuseio, sendo utilizados por profissionais de áreas como a arquitetura e publicitária.
Filme de grande formato. Possuem uma proteção especial para cada fotograma devido ao seu tamanho.


Proporção entre os vários formatos de filmes fotográficos.

Cuidados básicos

Os filmes fotográficos requerem cuidados especiais, tais como evitar o calor excessivo, armazenagem em locais secos, ventilados e livres de poeiras. É também aconselhável revelar o filme o mais cedo possível após este ter sido exposto, pois com o tempo vai-se degradando, podendo sofrer alterações na cor. Por essa mesma razão, os filmes têm prazo de validade. Também se deve tomar cuidado, durante viagens em aviões, pedir inspeções manuais dos rolos de filme, pois se passados pelos aparelhos de raios-X podem ser danificados. Normalmente os filmes de alta sensibilidade (ISO 800 ou superior) são mais suscetíveis a danos. Uma boa opção é armazenar os filmes na geladeira, o que ajuda a prolongar o tempo de vida dos componentes químicos que o compõem.


Alexandre Rabelo.





BUSSELLE, Michael.Tudo sobre fotografia. Circulo do Liveo S.A.

http://www.juliofranca.net/2010/05/instamatic-177-xf/

http://www.ortensi.com.br/fotografia/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Filme_fotogr%C3%A1fico

http://belezasdecedral.blogspot.com/2011/02/tipos-e-formatos-de-filmes-fotograficos.html





5 comentários:

  1. Primeiramente, gostaria de parabenizá-lo, Rabelo, por ter sido SINCERO em citar as fontes de onde você se baseou e colheu as informações relatadas em seu post. Isso faz com que nosso blog seja mais "sério", pois significa que temos responsabilidade com as informações que aqui listamos. Além disso, não fomos nós quem as inventamos. Segundo, estou achando muito legal este blog, pois pelo menos a nós, está servindo para que o próprio Fotoclube Super Olho se informe e "estude a distância". rerere Abraço.

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  2. Bem, gostaria mesmo é que alguém produzisse um post mais focado nos aspectos digitais - que usamos mais agora.

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  3. Mas o legal de estudar os ISOS dos filmes é comparar com o que a tecnologia digital hoje imita. A partir disto aí, dá pra entender bem os porquês de escolher o ISO tal ou tal na nossa câmera digital.

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  4. Essa da geladeira eu não sabia! Estava me perguntando (e me respondendo) durante a leitura do seu texto: por que ainda hoje "estudarmos" sobre filmes, se eles praticamente não mais são usados? Algumas respostas: recuperar aspectos históricos, comparar com o processo digital atual, saber lidar com filmes, pois ainda existem e há pessoas curiosas que gostam de experimentar a imagem que os filmes produzem. Professores de Química e Física ou Artes ainda brincam com essas coisas nas instituições de ensino. É ótimo pra ensinar várias propriedades químico-físicas. Abraço.

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    1. Naira, também existem outras questões, como a revelação de filmes antigos. Imagine se você só tem o negativo. Precisa revelar para se ter a foto! Não é só brincar!

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